\input texinfo @setfilename ami-imi-umi.info @settitle Ami, Imi, Umi, :-) @set EDICAO 1 @set ANO 2024 @documentencoding UTF-8 @documentlanguage pt_PT @setchapternewpage on @afivepaper @copying Publicação por: Daniel Cerqueira Copyright @copyright{} @value{ANO} Daniel Cerqueira. @quotation Permission is granted to copy, distribute and/or modify this document under the terms of the GNU Free Documentation License, Version 1.3 or any later version published by the Free Software Foundation; with no Invariant Sections, no Front-Cover Texts, and no Back-Cover Texts. A copy of the license is included in the section entitled ``GNU Free Documentation License''. @end quotation @end copying @titlepage @title Ami, Imi, Umi, :-) @subtitle para melhorar a clareza da fala, @subtitle e novos conceitos que ajudam a lógica @subtitle Edição nº @value{EDICAO}, de @value{ANO} @author Daniel Cerqueira @page @vskip 0pt plus 1filll @insertcopying @end titlepage @contents @ifnottex @node Top @top Ami, Imi, Umi Este livro é sobre a fala. Nomeadamente sobre a ``fala com valor'', e examina cuidadosamente os erros gerais da fala das pessoas quando o discurso é de ``valor''. Apesar deste livro ser sobre a ``fala com valor'', também usa, extensivamente, a ``escrita com citação''. A fala com ``citação'' e a fala com ``valor'' são dois tipos distintos de fala. Apesar de tudo, tento misturar ambas as falas. @menu * Prefácio:: Uma introdução * Por onde começa:: Alicerces e princípios * A Concordância Negativa:: Explicação sobre a Concordância Negativa * Lidar com a Concordância Negativa:: Estratégias para lidar com a Concordância Negativa * Ami@comma{} Imi@comma{} Umi:: Novos conceitos para melhor comunicação * A pergunta em negação:: A falha de compreensão da negação na pergunta * A pergunta em dupla negação:: A falha de compreensão da dupla negação na pergunta * GNU Free Documentation License:: A licença deste livro @end menu @end ifnottex @node Prefácio @chapter Prefácio Você acabou de escolher um livro com conhecimentos muito simples, e no entanto, estes podem fazer com que traga mudanças bastante positivas para a sua vida. O ato de expressar ideias através da fala é importantíssimo na vida de qualquer pessoa. @menu * Porque escrevo este livro...:: O que levou à escrita deste livro * Sobre mim:: Um pouco sobre mim @end menu @node Porque escrevo este livro... @section Porque escrevo este livro... O meu amor pela fala vem desde muito cedo. Desde que nasci que me inclinei muito para as línguas, e também para a matemática. Tive uma exposição à língua Inglesa de maneira precoce, pois na minha infância os meus pais misturavam o Português com o Inglês. Principalmente, quando eles queriam esconder o conteúdo da conversa. E como a necessidade aguça o engenho, tornei-me bom, desde cedo, a entender uma segunda língua. Aconselho vivamente, caso tenham crianças, a expô-las a múltiplas línguas, desde a infância. Ter uma segunda língua, é como ter uma segunda alma. O cérebro melhora ao estar exposto a mais que uma língua, e por consequência, o bem estar também melhora. Para além disto, a inteligência e a atenção também são melhoradas. Escrevo este livro, para que esta geração, ou a próxima, possa comunicar com atenção virada para quem está a ouvir, de forma a que o diálogo seja uma maneira de transmitir ideias e de atingir a compreensão. Para que o diálogo seja diferente de ``mandar palavras ao ar''. Este livro tem conceitos novos, por isso, uma mente aberta também é exigida ao leitor :-) Eu acho que as pessoas Portuguesas são bastante abertas a mudanças na nossa língua, por isso, acho que as novas palavras podem ser bem aceites. @node Sobre mim @section Sobre mim O meu nome é Daniel, vivo no Porto desde que nasci. Passei, brevemente, pela cidade de Braga, quando estudava Engenharia Informática na Universidade do Minho. Atualmente vivo no Porto com a minha companheira. Sou programador de software. Faço de tudo um pouco com o meu computador. Uso um sistema operativo livre, e apoio o Software Livre, que é o ``mundo livre'' no âmbito dos computadores. Apoio a privacidade de computadores e dispositivos, e detesto o fato de os smartphones espiarem os seus donos, e espiarem as conversas por onde estes passam. Acho que a vigilância massiva é algo a temer, e é algo que deve ser ilegalizado (se já não for inconstitucional). Passos devem ser dados para que a liberdade de movimento e de expressão, e para que o acesso a dados públicos sejam cumpridas, quer pelos dispositivos pessoais, quer pelos dispositivos públicos. Sou utilizador, e admirador, de tecnologias de cifragem e de tecnologias livres. A população deve ser instruída a usar tecnologias de cifragem de normas abertas nas comunicações por email (como o OpenPGP) e por mensageiro instantâneo (XMPP). O OpenPGP mostra quais são as boas práticas a ter neste ramo, para gerir a segurança das chaves digitais. As instituições públicas tem o dever de oferecer a possibilidade de se enviar email cifrado. Faço traduções de Software Livre, quando posso, e sinto que falta à nossa língua alguns conceitos básicos, que podem melhorar a compreensão da fala. Explico estes conceitos neste livro. Eles podem fazer com que o falante consiga explicar-se de maneira mais sucinta e com maior precisão. Bem, a viagem começa... agora! :-) @node Por onde começa @chapter Por onde começa Este percurso começa com a @emph{Concordância Negativa}. Mas ao chegar à @emph{concordância negativa}, deparamo-nos uma escolha: ou o ``não'' é uma palavra sem qualquer valor, ou o ``não'' tem um valor. Este livro depara-se com uma destas escolhas. @menu * O Não:: As caracteristicas do ``não'' e o seu significado @end menu @node O Não @section O Não O ``não'' tem valor. O seu valor é o @emph{contrário}. Esse @emph{contrário}, pode ser ``a ausência de algo'', ou ``algo diferente a''. Isto são duas coisas distintas. Por isso, o ``não'' é uma palavra implicitamente ambígua. O ouvinte pode interpretar um ``não'' como @emph{ausência} ou como @emph{diferença}. Talvez esta seja a primeira vez que esteja a ler isto. No entanto, é algo que você já sabe interiormente. Dado ao ``não'' ser ambíguo, isto faz com que o diálogo possa começar a divergir entre o falante (do ``não'') e entre o ouvinte. Há mais ou menos 50% de hipóteses de o ouvinte poder interpretar algo diferente do que o falante quer transmitir, em qualquer altura em que um ``não'' é falado. Talvez, por vezes, a percentagem seja mais pequena que esta, no entanto a divergência está lá. Considero que o ``não'' deve ser evitado, e que o falante deve ser explícito, e deve usar a expressão ``ausência de'', ou a expressão ``diferente de'', invés. Assim, evita-se as ambiguidades que o ``não'' carrega. Na situação em que se está a responder a uma pergunta, e se quer responder ``não'', aqui o ``não'' é aceitável. O ``não'' como o contraste do ``sim''. Por isso, é aceitável usar o ``não'' quando se está perante uma pergunta. Agora, sabendo isto, estamos mais preparados, e mais conscientes, para lidar com o ``não'' na fala. Mas o problema agrava-se com uma evolução do ``não''... O problema agrava-se com uma expressão chamada de @emph{Concordância Negativa}... @node A Concordância Negativa @chapter A Concordância Negativa Países de influência Francófona (Portugal e Espanha incluídos) tem uma peculiaridade na fala, chamada de @emph{Concordância Negativa}. @menu * O valor do Não:: Introduzindo os fundamentos ilógicos da Concordância Negativa * O que é a Concordância Negativa?:: Explicar a Concordância Negativa * O valor da Concordância Negativa:: Formas de lidar com a Concordância Negativa * Casos contra a Concordância Negativa:: Porque é que a Concordância Negativa deve deixar de ser um conceito @end menu @node O valor do Não @section O valor do Não De acordo com a @emph{Concordância Negativa}, o ``não'' passa a ter mais um significado... o ``não'' passa a ser uma afirmação... passa a ser um ``sim'' implícito. Este fato @emph{ilógico} existe! :-/ Dado isto, significa que o ``não'' poderá significar a @emph{a ausência de}, @emph{algo diferente a}, ou @emph{isso em concreto} (ou seja, um ``sim''). É uma loucura. @node O que é a Concordância Negativa? @section O que é a Concordância Negativa? A @emph{concordância negativa} é uma das expressões que se usa em Portugal quando, na verdade, se quer dizer uma negação. Por exemplo: ``@strong{Não} gosto @strong{nada} disso.'' A pessoa quer dizer que @emph{@strong{não} gosta disso}, mas está a adicionar o ``nada'' à frase. Isto é um exemplo de @emph{concordância negativa}. A @emph{concordância negativa} é caracterizada por se usar o ``não'', o ``nem'', ou o ``sem''; com o ``nada'', o ``nenhum(a)'', ou o ``ninguém''. Isto dentro da mesma frase. Assim se formaliza uma @emph{concordância negativa}. O significado da @emph{concordância negativa} é algo que merece uma análise mais profunda. @node O valor da Concordância Negativa @section O valor da Concordância Negativa A @emph{concordância negativa} diz que o sentido da frase, que é de múltipla negação, é o mesmo que uma frase de apenas uma só negação. Por exemplo, a frase ``@strong{não} quero nada disso'', que tem duas negações (o ``não'' e o ``nada''), passa a significar o mesmo que ``quero nada disso'', ou o mesmo que ``não quero isso''. Logo, segundo a @emph{concordância negativa}, o ``não'' inicial da frase, perde o seu valor (de negação) e passa a ficar sem qualquer valor. Vimos inicialmente, que o ``não'' tem um valor. O valor esse é a @emph{negação} (o @emph{contrário}). Segundo a @emph{concordância negativa}, ``não quero nada disso'' e ``quero nada disso'' são a mesma coisa. Como pode ser isto? Existe alguma palavra que deva perder o seu valor, quando usada em conjunto com outras palavras? Não, eu defendo que não. Acredito que todas as palavras tem um valor (um significado e um propósito). Para mim, ``não quero nada disso'' é o contrário de ``quero nada disso''. O ``não'' traz o seu valor de contrário à frase. Logo, eu abstenho-me de usar a @emph{concordância negativa} na minha fala, para permanecer lógico com quem comunico. @node Casos contra a Concordância Negativa @section Casos contra a Concordância Negativa Para formular os casos contra a @emph{concordância negativa} preciso de, primeiro, falar um bocadinho de teoria... vamos falar de quantificação. Para quantificar temos três maneiras de o fazer. Com o: @enumerate @item Vazio, ou nada, ou ninguém, ou nenhum(a) @item Parte, ou algo, ou algum(a), ou alguém @item Todo, ou tudo @end enumerate Logo, quando dizemos ``não quero @strong{nada}'', estamos a usar o ``não'', logo vamos retirar o item @emph{nada} (item 1.). Fica-se com os restantes, que são ou o item @emph{parte}, ou o item @emph{todo}. Por isso, ``não querer nada'' significa ``querer parte ou querer todo''. Este é o significado lógico da frase ``não quero nada''. Mas a @emph{concordância negativa} diz o oposto. Daí a @emph{Concordância Negativa} ser @strong{ilógica}. Outro exemplo que posso dar... um exemplo de você fazer a seguinte pergunta a alguém: ``Quer nada disso?'' Se obtém a resposta ``sim'', significa que @emph{quer nada disso}. E se obtiver a resposta ``não'', significa que @emph{não quer nada disso}. Logo o @emph{não quero nada disso} é diferente do significado de @emph{quero nada disso}, visto que uma resposta de ``não'' é diferente de uma resposta de ``sim''. Com isto, espero que consiga ver porque a @emph{concordância negativa} faz sentido nenhum. A @emph{concordância negativa} é uma expressão a ser detetada e corrigida dentro da fala de qualquer pessoa. @node Lidar com a Concordância Negativa @chapter Lidar com a Concordância Negativa É importante saber como lidar com esta peculiaridade que algumas línguas têm. Neste capítulo vai ficar a saber as técnicas necessárias para corrigir a @emph{Concordância Negativa}. E no processo de detetar uma @emph{concordância negativa}, você torna-se-á numa pessoa mais consciente. Mais consciente da fala. @menu * Detetar a Concordância Negativa:: Detetar esta expressão * Corrigir a Concordância Negativa:: Corrigir esta expressão @end menu @node Detetar a Concordância Negativa @section Detetar a Concordância Negativa A técnica de deteção para a @emph{concordância negativa} é estar atento(a) às palavras que quantificam o @emph{vazio}. Estas palavras são o: @emph{nada}, @emph{nenhum(a)}, e @emph{ninguém}. Sempre que ouvir qualquer uma destas palavras, retroceda mentalmente o que foi dito, e caso tenha havido um ``não'' antes, uma @emph{concordância negativa} foi falada. Mais tarde poderá abranger a deteção da palavra ``não'', para as restantes palavras que referem a negação. Como a palavra ``nem'', e a palavra ``sem''. Para as crianças, o trabalho de detetar é mais fácil. Daí se estiver na companhia diária de uma criança, ensine-a o que é a @emph{concordância negativa}, a detetar a @emph{concordância negativa}, explique o porquê de esta expressão ser errada, e ensine a criança a corrigir a @emph{concordância negativa}. E obviamente, diga que estas correções são bem-vindas. Provavelmente vai ficar surpreso com a facilidade com que as crianças conseguem detetar (e corrigir) a @emph{concordância negativa}. A criança será uma potente aliada sua. @node Corrigir a Concordância Negativa @section Corrigir a Concordância Negativa Existe algumas estratégias para corrigir a @emph{concordância negativa} da fala. Isto dá trabalho para quem é adulto. Mas é totalmente possível corrigir a @emph{concordância negativa}. Eu sou exemplo disso. Aboli a @emph{concordância negativa} da minha fala. A primeira estratégia para corrigir a @emph{concordância negativa} é começar por trocar, na expressão de @emph{concordância negativa}, o ``nada'' por ``algo''. Por exemplo, em vez de dizer ``não quero nada disso'', diga ``não quero algo disso''. Assim está a falar logicamente. Quando estiver a falar e disser uma @emph{concordância negativa}, isto é pouco mau. É apenas mais uma @emph{concordância negativa} para juntar às que já tem dito durante o seu passado. Mas, desta vez, corrija posteriormente, dizendo, de seguida, a maneira correta. Isto é muito importante e vai ajudar a criar um caminho no seu cérebro, para evitar falar com a @emph{concordância negativa}. Também, tenha a consciência que, estar atento(a) e tempo, serão necessários para os adultos. Os benefícios são vários. Pode-se comparar os benefícios de corrigir a @emph{concordância negativa}, com os benefícios de estar com saúde. É pouco valorizada por quem a tem, mas quando há o contraste de saúde com doença, a apreciação pela saúde é óbvia. Daí, ter nenhuma @emph{concordância negativa} na fala, é semelhante a ter saúde na fala. Você conecta-se melhor quando fala com as pessoas. Fica a falar mais simples e direto ao ponto. Com o tempo, você sentirá mais energia na sua vida. (embora o corrigir possa gastar mais energia inicialmente.) Outra estratégia para corrigir a @emph{concordância negativa}, continua a ser a correção posterior à fala de uma @emph{concordância negativa}. Desta vez a alternativa passa por retirar o ``não'' da frase. É mais difícil fazê-lo, pois precisa-se de estar mais consciente das palavras que se fala. Mas talvez seja considerada uma maneira mais correta. Por isso, em vez de dizer ``não quero nada disso'', diga ``quero nada disso''. Assim está a ser lógico(a). Por último, a última estratégia para corrigir a @emph{concordância negativa} passa por retirar, da frase, a palavra que se refere ao @emph{vazio}. Por exemplo, em vez de dizer ``não quero nada disso'', diga ``não quero isso''. Esta, talvez seja considerada a maneira mais correta de todas. Eu considero qualquer uma destas estratégias de correção da @emph{concordância negativa} como válida. Entendem-se, e são logicamente corretas. E, no processo de corrigir a @emph{concordância negativa} da sua fala, tornar-se-á numa pessoa mais consciente. Essa consciência será uma vantagem quando comunica. @node Ami@comma{} Imi@comma{} Umi @chapter Ami, Imi, Umi Em cima falei das maneiras de quantificar. Estas são três, o @emph{nada}, o @emph{parcial}, e o @emph{total}. O @emph{Ami}, o @emph{Imi}, e o @emph{Umi}, corresponde exatamente as estes três conceitos. @menu * Os três conceitos:: Um conceito ternário geral * Alguns exemplos de Ami@comma{} Imi@comma{} Umi e sua colocação:: Como aplicar estas palavras * Porque é que eu criei estas palavras?:: Razões para a criação deste conceito ternário * Os conjuntos lógicos Aimi@comma{} Iumi@comma{} Aumi:: Extensão deste conceito ternário para a negação * O Aiumi:: A última palavra desta extensão @end menu @node Os três conceitos @section Os três conceitos O @emph{ami} corresponde ao conceito de @emph{totalidade}, @emph{totalmente}, @emph{cheio}, @emph{completamente}, @emph{verdadeiro}, @emph{pró} alguma coisa. O @emph{imi} corresponde ao conceito de @emph{parcialidade}, @emph{mais ou menos}, @emph{assim assim}, @emph{um bocado}, @emph{ok}, @emph{neutralidade}. É o conceito que está no @emph{meio}, entre o @emph{ami} e o @emph{umi}. O @emph{umi} corresponde ao conceito de @emph{vacuidade}, @emph{vazio}, @emph{ausência}, @emph{nada}, @emph{anti} alguma coisa. Quer o @emph{umi}, quer o @emph{ami} são conceitos que se situam no extremo. Sendo o @emph{imi} um conceito mais abrangente e um conceito @emph{moderado}. O @emph{Ami}, @emph{Imi}, e @emph{Umi} são conceitos que quer se aplicam às quantidades, quer se aplicam às qualidades. Segue-se mais à frente, alguns exemplos. @node Alguns exemplos de Ami@comma{} Imi@comma{} Umi e sua colocação @section Alguns exemplos de Ami, Imi, Umi e sua colocação A colocação, na frase, de @emph{Ami}, @emph{Imi}, e @emph{Umi} é antes do que se quer referir. Por exemplo, ``Bebi ami chá'', significa que bebi o chá todo. ``Bebi umi chá'', significa que bebi nenhum chá. ``Bebi imi chá'', significa que bebi algum chá, e é diferente de quer ter bebido o chá todo, quer ter bebido nenhum desse chá. A sua posição é sempre depois do verbo. Outro exemplo é, ``Gosto ami disso'', significa que gosta muito ou gosta totalmente disso. ``Gosto imi disso'', significa que nem gosta, nem detesta isso. ``Gosto umi disso'', significa que detesta isso. Faça uma pausa para assimilação. E para voltar a ler os conceitos introduzidos. Agora um exemplo de fazer uso de @emph{Ami}, @emph{Imi}, e @emph{Umi} como uma qualidade. ``Este sushi é ami'', significa este sushi é altamente, é ótimo, é bom. ``Este hamburger é imi'', significa que este hamburger é moderadamente bom e moderadamente mau, que não é bom nem mau, que é apenas moderadamente bom, ou que é apenas moderadamente mau. ``Esta carne é umi'', significa que esta carne é má. @node Porque é que eu criei estas palavras? @section Porque é que eu criei estas palavras? Porque é que eu criei estas palavras? A pergunta mais correta é: porque é que eu achei necessário criar estas palavras... A origem vem de eu tentar arranjar uma palavra que significa o meio. E que se aplique bem em qualquer contexto da fala, sem ter de se fazer grandes derivações e rearranjos na frase. Tal como o ``ok'' dos Britânicos. Para tal criei a palavra @emph{Imi}, que originalmente era a palavra @emph{Neiri}. E com o @emph{Imi}, achei quer seria bom também haver referência aos extremos. Daí o @emph{Ami} e o @emph{Umi}. @emph{Ami} tem o ``A'' porque vem do conceito de ser o primeiro, a @emph{verdade}, a @emph{ação}. Daí usei a primeira vogal. O @emph{Imi} tem o ``I'', que é a vogal do meio de ``a e i o u'', e refere-se ao conceito do @emph{meio}. Retirei inspiração do Budismo, por este ter algo chamado de @emph{Caminho do Meio}, embora considero que tem nada a haver com o conteúdo do @emph{Caminho do Meio} (para mim, neste caso, o nome diz mais que o seu conteúdo). O @emph{Umi}, vem por ser a última coisa que acontece, que é a inexistência, daí ter usado a última vogal, para significar a @emph{inexistência}, a @emph{vacuidade}, o @emph{nada}. Mas tem pouco a haver com o @emph{falso}. Por falar em ``falso'', acabei de dizer que o ``falso'' encaixa parcialmente bem com o @emph{umi}. Para ser mais correto, o ``falso'' é o conjunto de, ou o @emph{imi}, ou o @emph{umi}. Falo disto em seguida. @node Os conjuntos lógicos Aimi@comma{} Iumi@comma{} Aumi @section Os conjuntos lógicos Aimi, Iumi, Aumi O @emph{Ami}, o @emph{Imi}, e o @emph{Umi}, são conceitos elementares. São elementos. São átomos. São indivisíveis. Mas pode-se criar um conjunto, que tenha dois ou mais destes átomos. O @emph{ami} no ramo da lógica, é equivalente ao @emph{verdadeiro}. Restando o @emph{imi} e o @emph{umi}, qual destes é o ``falso''? Na verdade, o ``falso'' é tudo o que @emph{não} é ``verdadeiro''. Isto é, é o contrário de ``verdadeiro''. E o que não é ``verdadeiro'', é o conjunto de, ou o @emph{imi}, ou o @emph{umi}. Logo, o ``falso'' é o conjunto de @emph{imi ou umi}. Mas que nome damos a este conjunto? Podemos dar nomes a todas as combinações de grupos possíveis de @emph{Ami}, @emph{Imi}, e @emph{Umi}. Isto pode parecer um exagero, mas é apenas mais três palavras@footnote{na verdade, são mais quatro palavras}, que simplificam, em muito, a comunicação. E para ser lógico e fácil de decorar, resolvi definir as palavras da seguinte maneira: @itemize @item @emph{Aimi}, é o conjunto de @emph{Ami ou Imi}. É o @emph{não Umi}. @item @emph{Iumi}, é o conjunto de @emph{Imi ou Umi}. É o @emph{não Ami}. @item @emph{Aumi}, é o conjunto de @emph{Ami ou Umi}. É o @emph{não Imi}. @end itemize Assim, o ``falso'' (o contrário de @emph{Ami}) é o @emph{Iumi}. Para ser fácil de decorar estas novas palavras, e para saber qual é para ser utilizada, pega-se nas letras ``AIU'' e retira-se a primeira letra do que não se quer referir. Que neste caso foi a letra ``A'' de ``Ami''. Logo, fica-se com ``IU'' que vai dar em @emph{Iumi} (o @emph{não Ami}). Assim, usando estas palavras, evitamos utilizar a palavra ``não'', quando queremos falar o ``não'' de um dos elementos de @emph{Ami}, @emph{Imi}, ou @emph{Umi}. Existe uma palavra própria para isto (tal como existe a palavra ``falso'' --- que é tudo que não é verdadeiro), e assim, conseguimos manter a afirmação da frase. Resumindo, o @emph{verdadeiro} corresponde a @emph{Ami}, o @emph{falso} corresponde a @emph{Iumi}. @node O Aiumi @section O Aiumi Dentro destas novas palavras, falta falar sobre mais uma. O ``Aiumi'' significa ``ou ami, ou imi, ou umi''. Significa qualquer uma de todas as opções existentes. ``Aiumi'' corresponde exatamente à palavra ``talvez''. Daí eu ter posto o ``aiumi'' numa secção diferente, pois pode ser pouco utilizado, devido a esta correspondência de significado exata com o significado de ``talvez''. Isto completa o capítulo de @emph{Ami, Imi, Umi}. Agora que fomos introduzidos a estes novos conceitos, vamos ver expressões da fala mais estabelecidas. Utilizarei as novas palavras deste capítulo para estabelecer significado, daqui para a frente, neste livro. Por isso, é bom ter entendido bem este capítulo. Vamos caminhar para o ``não'' na pergunta... @node A pergunta em negação @chapter A pergunta em negação O ``não'' na pergunta é um dos conceitos em que há uma grande falha na comunicação. E esta falha acontece (e está a acontecer) em vários países do Mundo. Vai além dos países de influência Francófona. Em quase todas as vezes, a conversa começa a divergir quando acontece um ``não'' na pergunta. Talvez também você, passe a ser uma exceção (muito bem-vinda, diga-se). @menu * O Sim mais o Não:: Fundamentos para a pergunta em negação * O Não na pergunta:: Explicar o sentido lógico de uma pergunta em negação * O acréscimo de ``não é?'':: O sentido lógico de ``não é?'' @end menu @node O Sim mais o Não @section O Sim mais o Não Começo por perguntar o que significa: ``sim não algo'' ou ``não algo sim''. Será que isto é uma afirmação do ``algo'', ou uma negação do ``algo''? Qual é o valor de ``sim'' mais ``não''? O ``não'' dá o significado de contrário a ``algo''. E um ``sim'' ao contrário de algo, continua a ser o ``contrário de algo''. Logo, ``sim'' mais ``não'' na mesma preposição@footnote{Uma preposição é uma sub-frase sem o ``e'' ou o ``ou'', e essa sub-frase também pode ser uma frase.}, resulta no valor de apenas um ``não''. @node O Não na pergunta @section O Não na pergunta Como vimos na secção anterior, um ``sim'' mais um ``não'' é igual a um ``não'' apenas. Quando alguém faz uma pergunta na negativa, por exemplo, ``Não queres isso?'', caso se responda com ``sim'', está-se a responder, ou dizer, que ``sim'' ao ``não querer isso''. Afinal a pergunta foi feita com ``não''. O ``sim'' (da resposta) mais ``não'' (da pergunta) é um ``não'' (do ``querer''). Logo é igual a uma resposta de ``sim, não quero isso''. E caso se responda com ``não'', está se a dizer ``não'' ao ``não querer isso''. Agora, isto levanta a pergunta: o que é o ``não'' de o ``não querer''? Veremos mais há frente que há várias respostas. Por enquanto, podemos ver as coisas bináriamente. Assim, o @emph{não de não}, que é o contrário de ``não'', bináriamente corresponde ao ``sim''. Logo pode-se dizer que a resposta à pergunta fica igual a ``não, quero isso sim''. Muitas pessoas quando dão uma resposta de ``não'' ao ``não'' de uma pergunta, estão a usar o sentido contrário do seu @emph{real} sentido. Querem dizer @emph{não} (numa resposta a uma pergunta negativa), significando a @emph{negação de maneira absoluta}. Isto é, usando o exemplo acima, usam um @emph{não} na resposta à pergunta ``Não queres isso?'', para significar ``não querer isso''. Ao fazê-lo, estão a cometer um erro. O correto é responder com ``sim'', para significar ``não querer isso''. Usando, por exemplo, ``sim, não quero isso''. Devido ao uso incorreto do ``não'' numa resposta, e, principalmente, devido a este entendimento incorreto, há que estar atento quando uma pergunta tem um ``não''. Mais uma vez, tem de se ser @emph{consciente} para lidar com este mau entendimento por parte da população em geral. Com treino, é possível falar de maneira correta. Usando os três conceitos acima, perguntar com um ``não'' é o mesmo que perguntar com um ``iumi''. E uma resposta de ``não'' a esta pergunta, é o mesmo que dizer um ``não iumi'', que é um ``ami''. Ou então, responder um ``sim'', que significa ``iumi''. Outra maneira de ver isto, é com o seguinte. Uma resposta de ``não'' a ``Queres isso?'', significa ``não querer isso''. Quando a pergunta é ``Não queres isso?'', um ``não'' na resposta tem de ser diferente a ``não querer isso''. Visto que estas duas perguntas são o contrário uma da outra. Para se evitar desentendimentos, uma medida a seguir enquanto este conhecimento só está do lado de uma das pessoas do diálogo, é usar sempre perguntas na afirmação. Isto é, retirar o ``não'' das perguntas. Mesmo quando se acha que vai receber uma resposta de ``não'', mesmo assim, fazer a pergunta em afirmação. Quando se está à espera de uma resposta de ``não'', é o caso principal de se fazer as perguntas na negativa. Para que a resposta seja um ``sim''. Mas as pessoas respondem erradamente a perguntas na negativa. Por isso, evite fazer perguntas com ``não'', enquanto este conhecimento for pouco divulgado, aceitando que a resposta do outro lado possa ser ``não''. @node O acréscimo de ``não é?'' @section O acréscimo de ``não é?'' Aqui vai outra expressão, que é contrária ao sentido que se quer dar. Quando se diz ou acrescenta à pergunta a expressão ``não é?''. Por exemplo, perguntar, ``Isto é bom, não é?'', é o contrário a perguntar ``Isto é bom, é?''. Também é o contrário a perguntar ``Isto é bom, certo?''. Uma resposta de ``sim'' à pergunta ``Isto é bom, certo?'', significa que concorda que ``isto é bom''. Logo, uma resposta de ``sim'' a ``Isto é bom, é?'', também significa que ``isto é bom''. Por isso, um ``sim'' a ``Isto é bom, não é?'' é o contrário; significa que ``isto é mau ou isto é mais ou menos''. Significa que ``isto é iumi bom'' (ou simplesmente, ``isto é iumi''). O ``não é?'' na pergunta causa com que se esteja a pôr o contrário ao resto da pergunta. Para se corrigir esta expressão, a correção deve ser feita a quem pergunta. Quem pergunta deve trocar o ``não é?'', por ``certo?''. Assim a pergunta fica conectada ao sentido que se quer dar. Também se pode dar a resposta de acordo com o significado que ``não é?'' acrescenta. Mas penso que isso é mais complicado. A minha abordagem tem sido de corrigir quem pergunta. Caso isso seja incómodo, pode-se optar por responder ``não'' ao ``isto é bom, não é?'' para querer dizer que ``isto é bom''. Ou então responder ``sim'' à pergunta, para significar que ``isto não é bom''. @node A pergunta em dupla negação @chapter A pergunta em dupla negação Há uma expressão que é um pouco enganadora, e que pode ser confuso para se responder, agora que sabemos as maneiras de lidar com a negação. Essa expressão, é uma pergunta com dupla negação. @menu * O Não mais o Não:: Entender a pergunta em dupla negação * Pergunta com ``não'' mais o ``não é?'':: A forma principal da dupla negação * Pergunta com o ``pois não?'':: Outra forma de a pergunta em dupla negação @end menu @node O Não mais o Não @section O Não mais o Não Este é o assunto quintessential da falha de comunicação que ocorre entre as pessoas. Qual é o significado de um ``não'' a um ``não''? Existem várias maneiras de dar uma interpretação a ``um não de um não'', e este desconhecimento de como a pessoa interpreta este assunto, faz com que a ``maneira mais segura'' seja de evitar utilizar o ``não com o não''. @menu * Interpretação de o Não mais o Não:: Introdução à dupla negação * A interpretação da mente binária:: A dupla negação na mente binária * Uma interpretação híbrida:: A dupla negação na mente entre binária e ternária * A interpretação da mente maior que binária:: A dupla negação na mente ternária @end menu @node Interpretação de o Não mais o Não @subsection Interpretação de o Não mais o Não Vou abordar as possíveis interpretações de o ``não mais o não'' para que este conhecimento se possa desenrolar numa conversa mais profunda, com o objetivo de entendermos a interpretação que a outra pessoa dá ao assunto de um ``não mais um não''. Para entendermos como esta expressão é interpretado pela outra pessoa. Essencialmente existe duas estruturas de mente para suportar os significados de ``o Não mais o Não'': @itemize @item a estrutura de mente binária @item as estruturas de mente maior que binárias (ternárias, quaternárias, etc.). @end itemize @node A interpretação da mente binária @subsection A interpretação da mente binária Na mente binária existem dois estados. E a afirmação refere-se ao primeiro estado, e a negação ao segundo estado. Logo, um ``não'' refere-se ao segundo estado. Quando ocorre um ``não de um não'', uma porta se abre para sairmos da mente binária, visto que um ``não mais um não'' aponta para um terceiro estado. No entanto, aqui estamos a falar da mente binária, como estrutura de mente. Por isso, aqui, estamos a manter esta estrutura. Mantendo a mente binária, quando nos deparamos com um ``não mais um não'' temos a solução de, darmos a volta para o início, quando deparados com o fim. Neste caso o fim é o segundo estado, que é um ``não''. O início, é o primeiro estado que é a afirmação. Daí, um ``não mais um não'' equivale a um ``sim''. Porque quando chegamos ao fim e queremos andar mais, damos a volta pelo início, para o ``sim''. É equivalente à pergunta ter sido feita em afirmação. @node Uma interpretação híbrida @subsection Uma interpretação híbrida Agora, falta ver como é a interpretação de um ``Não mais um Não'' com um estrutura maior que binária. Mas antes de passar para um estrutura maior que binária, vamos passar por um híbrido, que é a estrutura de @emph{Ami, Imi, Umi com Iumi, Aumi, Aimi}. Nesta estrutura, se, por exemplo, estás a dizer que gostas de arroz, o gostar de arroz corresponde a @emph{ami}. Agora, o não gostar de arroz, é o @emph{não ami}, que é o ``Gosto iumi de arroz''. Isto é: ou @emph{imi} ou @emph{umi}. E por fim, o ``não'' de ``não gosto de arroz'', é o @emph{não iumi} que vai fazer com que se dê a volta, e resulte no @emph{ami}. Por isso esta estrutura, embora tenha mais que dois elementos, continua a ser igual à estrutura binária... um ``não mais não'' continua a ser um ``sim''. @node A interpretação da mente maior que binária @subsection A interpretação da mente maior que binária Como terceira hipótese de interpretação de ``um Não mais um Não'', existe a interpretação usando uma mente maior que binária. Neste caso, e para dar exemplos, vou utilizar a mente ternária como estrutura. O ``Gosto de ler livros'' é @emph{ami}. Isto é, é ``Gosto ami de ler livros''. O ``Não gosto de ler livros'', fica ``Gosto umi de ler livros''. Neste caso, o ``não'' significa o @emph{oposto} (em vez de significar o @emph{contrário}). Por isso, um ``não ami'' vai para o seu oposto, que é o @emph{umi}. Isto faz com que um ``não de não gosto de ler livros'' seja igual a um ``não gosto umi de ler livros''. Daqui podemos tentar interpretar o que um ``não gosto umi'' significa neste caso. Visto que há três estados, se fosse para dizer que ``gosto de ler livros'' teria-se dito assim como acabei de dizer. Isto corresponde ao @emph{Ami}. Por isso, podemos descartar esta hipótese. O ``não gosto de ler livros'' significa o oposto de gostar de ler livros (o @emph{Umi}). Logo, também se descarta esta hipótese. Agora, resta concluir que o ``não'' ao ``não gosto de ler livros'' aponta para um terceiro estado. Esse terceiro estado é o único que falta dos estados @emph{Ami, Imi, Umi}, logo está-se a falar de @emph{Imi}. ``Não de não gosto de ler livros'' é o mesmo que ``gosto imi de ler livros''. @emph{Imi} é o estado neutro, logo ``gosto imi de ler livros'' significa que ``nem gosto nem detesto ler livros''. @node Pergunta com ``não'' mais o ``não é?'' @section Pergunta com ``não'' mais o ``não é?'' Quantas vezes já ouvimos a pergunta ``Isso não é bom, não é?'', apenas para ficarmos sem entender que resposta é adequada a tal pergunta. Será um ``sim'' adequado? Será que fica melhor um ``não''? Muitas vezes, devido a esta confusão, acaba-se por tentar responder sem o começar com ``sim'' ou ``não''. Aqui, a resposta adequada difere consoante a estrutura de mente que se tem: se essa estrutura, ou é binária, ou é maior que binária. Eu tenho a opinião que uma estrutura ternária é uma estrutura mental mais natural que a binária. Mas as pessoas diferem. O que pode ser certo para uma pessoa, é algo diferente a outra pessoa. Daí este assunto ser complexo. Também há o fato de a estrutura mental binária estar mais prevalente nos meios escolares ocidentais, o que realmente é uma pena. A ``mente binária'' tem sido perpetuada através de disciplinas escolares que tem o professor como autoridade, e em que se dá pouca relevância às opiniões dos alunos. Apesar disto, o fato de ainda existir uma estrutura mental ternária, acho que é testemunho da importância da ``mente ternária''. Embora haja menos livros a falar sobre este tipo de estrutura mental. Pode-se dizer que a evolução para a ``mente ternária'' está na realização da existência de um centro. A ``mente ternária'' tem um centro, e isto traz estabilidade, quando comparado com uma ``mente binária''. @menu * Com mente híbrida:: Pergunta em dupla negação mais a mente híbrida * Com mente ternária e maior que ternária:: Pergunta em dupla negação mais a mente híbrida @end menu @node Com mente híbrida @subsection Com mente híbrida Bem... Já vimos anteriormente, como lidamos com o ``não é?'', @ref{O acréscimo de ``não é?''}. Nessa secção chegamos à conclusão que perguntar ``Isto é bom, não é?'', é o mesmo que perguntar se isto ``É iumi bom?''. O @emph{iumi} vem porque perguntar se ``Isto é bom'' é o mesmo que @emph{ami}. O ``não é?'' causa com que se pergunte o contrário, por isso a pergunta passa de @emph{ami} para @emph{iumi}. Daí é o mesmo que perguntar: ``É iumi bom?''. Agora, em vez de estarmos a perguntar se ``isto é bom?'', estamos a perguntar ``isto não é bom?''. Que é o mesmo que estarmos a perguntar se ``isto é iumi bom?''. E agora, com o acréscimo de ``não é?'' estamos a acrescentar um ``não'' ao ``iumi'', que segundo a mente binária híbrida, vai corresponder a estar a perguntar se é ``ami bom?''. Daí o ``Isto não é bom, não é?'', na mente híbrida, fica o mesmo que perguntar se ``Isto é bom?'' (``isto é ami bom?''). Uma resposta de ``sim'', significa que ``é bom''; uma resposta de não, significa que ``ou é mais ou menos ou é mau''. @node Com mente ternária e maior que ternária @subsection Com mente ternária e maior que ternária Ser uma mente ternária ou maior que ternária vai dar ao mesmo, por isso vou simplificar e falar como fica na mente ternária, apenas. Na mente ternária, o significado desta questão é diferente. Já vimos noutra secção acima, como lidamos com o ``Não mais o Não'' usando a mente ternária, @ref{A interpretação da mente maior que binária}. Aqui fica a mesma coisa. Há duas negações em ``Isto não é bom, não é?'': o ``isto não é bom'', e o ``não é?''. O ``isto não é bom'' é o mesmo que ``isto é umi'' (aqui usamos o @emph{oposto}). Pondo uma negação no @emph{umi} faz com que se esteja a referir a um terceiro estado, sendo esse estado o @emph{imi}. Logo a pergunta ``Isto não é bom, não é?'' é o mesmo que perguntar ``Isto é imi bom?''. Quando a interpretação da pergunta se torna complicada, a melhor resposta é a de ``sim'' ou ``não'' (em vez de se começar a responder com @emph{ami}, @emph{imi}, @emph{umi}, pois isto cria mais atrito na compreensão). Por isso, uma resposta de ``sim'' significa que ``é mais ou menos''; uma resposta de ``não'' significa que ``ou é bom ou é mau''. @node Pergunta com o ``pois não?'' @section Pergunta com o ``pois não?'' Para finalizar este livro, quero falar sobre um tipo de pergunta, que pode causar confusão, agora que falei sobre todas estas confusões que o ``não'' traz para o diálogo. Este tipo de pergunta é uma pergunta acabada com ``pois não?''. Se alguém perguntar, ``Não vais sair, pois @strong{sim}?'', uma resposta de ``sim'' significa que não vai sair. E uma resposta de ``não'' significa que vai sair. Isto porque a pergunta de ``Não vais sair, pois sim?'' é uma pergunta de @emph{um não mais um sim} o que é o mesmo que @emph{apenas um não}. Logo, é o mesmo que perguntar ``Não vais sair?'' (@ref{O Não na pergunta}). Agora, se a pergunta for ``Não vais sair, pois não?'', isto já é uma pergunta em dupla negação. Como responder a tal pergunta? Primeiro; quero realçar que este tipo de pergunta é uma oportunidade para a mentalidade das pessoas envolvidas no diálogo, se transforme numa @emph{mentalidade ternária}. O @emph{não mais o não} na pergunta aponta para um terceiro estado, para além do estado binário de sim ou não. Isto é, é o mesmo que estar a perguntar com @emph{imi} (``Vais sair imi?'', o que significa se vais sair por pouco/algum tempo). Respondendo com ``sim'' significa que vai sair por pouco tempo (@emph{imi}). Respondendo com ``não'' significa que, ou ``não, não vou sair'' (``vou sair umi''), ou ``não, vou sair sim'' (``vou sair ami'', que significa ``vou mesmo sair''). O ``não'', como resposta, significa um @emph{aumi}. Um à parte: ``Sair ami'' é diferente de ``sair imi''. ``Sair ami'' é sair por um largo tempo, enquanto que ``sair imi'' é sair por um breve periodo de tempo. Aqui o @emph{ami, imi, umi} refere-se implicitamente à quantidade de tempo. Segundo; caso se queira desperdiçar a oportunidade que o diálogo apresentou para evoluir para uma @emph{mente ternária}, aplica-se a mesma regra que @ref{Com mente híbrida}. Um ``sim'' de resposta é o mesmo que ``vou sair sim'' (@emph{ami}). Um ``não'' como resposta significa que ``não vou sair ou vou sair por pouco tempo''. O ``não'' aqui, na resposta com mente híbrida, significa @emph{iumi}. @node GNU Free Documentation License @appendix GNU Free Documentation License @include fdl.texi @bye